Preços de imóveis no Brasil caíram 20%

Os preços dos imóveis no Brasil caíram entre 15% e 20% em 2015 e o setor imobiliário continuará "sob pressão" até meados de 2017, segundo as projeções divulgadas pela agência de qualificação de riscos Moody's.

clip_image002De acordo com a agência, o setor imobiliário brasileiro registra uma desaceleração cíclica desde 2012, após um período de rápido crescimento, e este arrefecimento se intensificou no último ano com a deterioração da atividade econômica e o aumento da incerteza política no país.

O preço médio da oferta caiu 9% em termos reais em 20 cidades brasileiras em 2015, mas a contração pode ser ainda maior (entre 15% e 20%), já que o valor anunciado é superior ao montante pelo qual são vendidos no final, explicou a vice-presidente e analista da Moody's, Cristiane Spercel.

"Essas quedas dos preços se devem sobretudo a uma forte contração da confiança do consumidor, que é baseada na incerteza econômica no Brasil, incluindo o emprego deficiente e a taxa de inflação elevada", acrescentou Spercel.

Crise no mercado imobiliário

A crise econômica do Brasil deve postergar qualquer recuperação da indústria de imóveis residenciais até, pelo menos, meados de 2017, afirmou a agência de classificação de riscos Moody's. Em relatório, a instituição afirmou que a receita das companhias do setor deve cair em 10% no ano de 2016, frente aos níveis observados em 2015, enquanto a margem bruta deve permanecer estável num intervalo de 24% a 26%.

"A deterioração contínua da atividade da indústria e as incertezas políticas no Brasil têm adicionado estresse no equilíbrio" do setor, postergando qualquer sinal de possível recuperação em 2016, afirmou a Moody's. Esse efeito afeta os ajustes que vinham ocorrendo desde 2012, com uma desaceleração geral em lançamentos, o que seria uma correção natural após um período de acelerado crescimento.

Apesar de uma redução consistente de lançamentos, a percepção de excesso de oferta no mercado imobiliário continua a ser elevada. As rescisões contratuais e a fraca velocidade de vendas têm aumentado, explicou a agência, o que contribuiu para grandes volumes de estoque de unidades concluídas nos balanços das empresas.

De acordo com os cálculos da Moody's, as unidades concluídas variam de 10% a 15% dos estoques para a maioria das empresas do setor no Brasil, mas em certos casos se aproximam de 40%. "Como os lançamentos tendem a vender muito mais rápido do que o estoque, o mercado vai exigir um pouco mais de tempo para absorver essas unidades antes de ver a expansão nos lançamentos", explicou.

Além disso, a fraca confiança dos consumidores estão pressionando os preços dos imóveis, com uma clara tendência de queda para os valores em 2016. A diminuição de preços também reflete o excesso de oferta, decorrente da entrega de um grande número de novas unidades iniciadas durante o boom da construção. Além disso, a pressão vem do aumento das taxas de juros e redução da oferta de financiamento para aquisição de residências.

O aumento da capacidade ociosa do setor também deve aumentar a oferta de mão de obra qualificada, apesar da inflação alta, o que ajuda a manter as margens operacionais sob controle. No entanto, o setor da construção civil permanecerá estressado pelo menos até meados de 2017, devido a disponibilidade mais rigorosa de financiamento, um grande volume de cancelamentos de vendas e os atrasos na conversão de recebíveis em caixa.

Fonte: Época Negócios: http://goo.gl/rTmSDw

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